terça-feira, 16 de abril de 2024

Tragédia Urbana

O rapaz não viu

O sinal aberto. 

Pelo o meio da rua,

Ficaram os seus chinelos…

 

Pela a rua a fora

Um sangue escorreu.

No sinal fechado

O rapaz morreu...

domingo, 11 de fevereiro de 2024

Vagões cheio de cadaveres

 Vagões cheio de cadáveres…

Corpos nus,

Amontoados…

Um cheiro fétido sobe como fumaça…

As viúvas e os órfãos 

 Aguardam para  enterrar seus pais e maridos…

Choram,

Sofrem horas antecipadas.

O tempo passa.

 Os cadáveres se decompõem

Sobre um chão prateado.

O  maquinista aflito 

Conta os segundos para 

Chegar na estação.

Insetos principiam a comer os tecidos 

E os corpos dos mortos. 

Insetos também comem os ossos…

horas depois,

o trem pára.

O maquinista abre as portas dos vagões

E o cheiro sai pelas janelas…

As viúvas e os órfãos  

Veem  apenas  ossos amontoados.

O maquinista pega um carrinho

Os coloca dentro 

E os enterram num cemitério ao lado…

Copiosamente  as viúvas e os órfãos 

Choram os  mortos  não  velados….

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Quintanar

 Quando eu vejo

sobre uma poça,

dois sapatinhos. 

Imagino lindos  barquinhos

navegando  nas águas 

tranquilas  de um rio…

quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Imagem Semelhança

 Eu fiquei só 

Como nuvem branca

Vagando solitária sob um céu azul...

E eu,

Como  uma nuvem,

Encho,

Peso,

Escureço,

E chovo!

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Tradição

Um velhinho com roupa e gorro vermelhos,

Barba e cabelos brancos

E um saco repleto de presentes para a garotada...

(Presentes que elas pediram numa carta)

De madrugada,

O velhinho entra por uma chaminé,

os coloca em baixo da árvore

E sai de fininho…

Na manhã seguinte,

A criançada acorda

E vêem um monte de pacotes em volta.

Os meninos pegam,

Rasgam

E pasmam com as surpresas que ganharam...

Á noite,

As pessoas olham para um céu estrelado

E vêem o velhinho indo embora com suas renas e trenó,

acenando lá para baixo...

Um ano depois,

(Como em todos os anos)

 repetir-se-á  sempre

a mesmíssima estória!

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Britadeira

A britadeira na obra  aqui ao lado,

Atritando no meu corpo...

É um atritar que não cessa.

O pedreiro pega a minha cabeça,

A escora numa tábua,

prende o meu pescoço

E diversas vezes golpeia.

Eu estou com a janela aberta,

Dentro do meu quarto,

Escutando aqui ao lado,

A não melodia dos operários!

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Cena que não me sai da cabeça

 Um cowboy está no campo a cavalo…

Ao longe,

Ele vê um bezerro estirado no pasto

Enrolado em mil arames farpados. 

O moço apeia,

E chegando mais perto,

Ele  constata 

A agonia do animal.

Abaixa,

E com uma faca,

Desesperado, 

Tenta  cortá-los,

Tentando salvá-lo,

Mas já é tarde.

Ambos sentindo  muitas dores,

O rapaz se levanta,

Saca uma arma,

Fecha a cara

E dispara!